
Desde a infância, somos ensinados sobre a existência de pessoas diferentes no mundo. No entanto, só nos damos conta disso quando passamos a conviver com outras pessoas em sociedade. Nas escolas é ensinado que existem seres humanos de outra cor e gênero, mas o resto das diferenças as crianças só aprendem na prática e muitas vezes não entendem – crescendo assim com diversos preconceitos acumulados. Grande parte das pessoas possuem um conhecimento limitado sobre os deficientes, e ao entrar em contato com eles, os estereótipos aprendidos ao longo da vida se esvaem, isso porque os deficientes não são pessoas limitadas como a maioria pensa que são. Muitos deles se aperfeiçoam e aprendem a lidar e substituir o sentido e/ou a parte que lhes faltam. E esse é o caso do fotógrafo de baixa visão, Antonio Walter Barbero, 37, mais conhecido como Teco Barbero.

Teco é formado em jornalismo pela Universidade de Sorocaba, atualmente ele trabalha com marketing e desenvolve projetos de fotografia e inclusão social desde 2009. Ele conta que seu interesse pelo mundo das fotos começou quando o jornalista Werinton Kermes o convidou para participar de um projeto que buscava ensinar fotografia à pessoas cegas. “Eu nunca tinha feito nenhuma foto, mas em 2002 recebi o convite de Werinton Kermes para fotografar, eu não queria aceitar porque eu não via sentido nenhum em mal enxergar a foto e fotografar.”, quem mais influenciou Teco a dar uma chance à fotografia foi sua melhor amiga na época e então ele resolveu arriscar. De ali em diante o jornalista nunca mais deixou de fotografar e chegou a ser chamado para ser responsável pelas fotos que seriam feitas dos cinco melhores atletas da Paralimpíada no Brasil em 2016 pela revista IstoÉ.

Apesar de já ter feito alguns trabalhos para empresas reconhecidas como a Associação dos Deficientes Desportistas (ADD) e a revista IstoÉ, Antonio relata que o preconceito e a falta de oportunidade ainda é muito presente em sua carreira. “O preconceito muitas vezes não é explícito, mas ainda tem muita coisa para evoluir para que eu possa dizer que todo mundo aceita o meu trabalho.”, diz ele. “ Minhas oportunidades de trabalho estão ligadas a coisas de inclusão de pessoas ou empresas que querem falar sobre esse tema. Ainda é difícil ter oportunidade.” conclui o fotógrafo.
Atualmente Teco tem um projeto de fotografia inclusiva, que é voltado para pessoas com deficiência visual que querem aprender a fotografar. “Com isso a gente não só aprende a fotografar, mas também traz uma mudança social para a pessoa, porque ela passa a conviver melhor com a família e a sociedade em geral.”, comenta Barbero.
Veja abaixo algumas fotos feitas por Teco Barbero na Exposição de carros na Semana de Engenharia da FACENS (Faculdade de Engenharia de Sorocaba):