
IGOR, álbum que Tyler, The Creator lançou no último dia 17, continua apresentando a grande transformação do artista. Seu último álbum, Flower Boy, já havia trazido novidades artísticas. Diante disso, resolvemos fazer uma pequena análise do projeto e percebemos, ouvindo IGOR em sequência, que o artista fala sobre um relacionamento – começo, meio, fim e recomeço, dentre as suas tantas evoluções.
Aperte o play e escute o álbum enquanto lê nossa interpretação:
Antes de começarmos, é preciso deixar claro que nesse novo trabalho, Tyler criou uma persona totalmente diferente do que ele já foi em outros discos. A primeira música IGOR’S Theme é introdutória e realiza a abertura do álbum em grande estilo. A segunda faixa EARFQUAKE representa o aparente começo de algum envolvimento romântico, em que a pessoa amada faz um terremoto – uma grande bagunça – nos sentimentos do euliríco.
Logo na terceira canção I Think, ele diz que se sente apaixonado e que acredita ser real – “I think im falling in love, this time i think is for real”. Além disso, a faixa ainda conta com um verso que declara: “Exatamente daquilo que você foge, você acaba alcançando”.
Seguindo a sequência, Running Out Of Time, relata em seu refrão o cansaço que ele sente em tentar fazer esse alguém o amar. “Ficando sem tempo para fazer você me amar”, diz o trecho principal. Este verso pode ser entendido como um conflito pela qual o relacionamento está passando, e o desgaste que traz consigo.
New Magic Wand fala sobre um amor não correspondido, como se a pessoa amada estivesse envolvida com outro alguém. E ao decorrer do tempo, o som vai ficando mais agressivo. Logo em seguida, é reproduzido na sequência a música A Boy Is Gun – o título faz uma referência ao filme A Girl Is a Gun – citando a pessoa amada no masculino, e o remetendo a uma arma que possui o poder de matar ou ferir alguém, ainda que traga o sentimento de proteção quando está ao seu lado. Apesar disso, no final da música o cantor repete a frase “Fique longe de mim” como se esse alguém especial o tivesse magoado e ele agora só quisesse distância.
Em seguida vem Puppet que demonstra a necessidade e até uma certa obsessão pela pessoa, com o refrão deixando nítido a necessidade: “Eu sou seu fantoche / Você me controla / Eu sou seu fantoche / Eu não me conheço”. Terminando com “Mas em algum momento, você cai na real.”
Em What’s Good, Tyler fala mais de sua persona IGOR – que representa a sua renovação artística, resultante de seu álbum. A frase “I see the light” demonstra uma nova perspectiva no caminho de renovação, como se tivesse encontrado a luz após um tempo na escuridão.
A faixa Gone Gone/ Thank You é bastante melódica e nostálgica e apresenta três músicas dentro de uma só – onde The Creator fala que encontrou a paz, agradecendo os momentos que passou com a pessoa amada, mas deixando claro que não quer mais se apaixonar.
Perto de finalizar o álbum, vem a canção I Don’t Love You Anymore, onde volta à melancolia, falando de sentimentos e do fim do amor.
O álbum termina com Are We Still Friends?, uma música calma e que traz a mensagem de paz e o questionamento de uma possível amizade após o fim de uma relação conturbada.
Veja mais sobre nossa análise do artista e do álbum:
Sobre o álbum “IGOR” do @tylerthecreator: temática bem comum sobre relacionamentos. Conta uma mesma história do começo ao fim. Os diferenciais estão na musicalidade versátil e experimental que consegue ter elementos do pop, na estética da persona “IGOR”… –>
— Felipe Hamati (@felipehamati) 27 de maio de 2019
… e no álbum 100% produzido, escrito e arranjado pelo próprio Tyler, o que hj em dia tá se tornando raridade na indústria.
Sem se apegar ao conforto do que é comum, atingiu n°1 Billboard e deu um grande passo pra se afastar do rap, já q o artista pretende ir muito além.
— Felipe Hamati (@felipehamati) 27 de maio de 2019
O álbum n possui grandes músicas isoladamente, mas tem poder quando escutado inteiro, na ordem certa e com atenção.
A performance na Apple Music, por ser ao vivo, é pior na qualidade musical, mas muito melhor artisticamente. A figura e performance impactam muito mais que a voz
— Felipe Hamati (@felipehamati) 27 de maio de 2019